O que a famosa série de quadros de Magritte "Isto não é um cachimbo" faz refletir:
"Impasse recorrente da criação on line, a confusão conceitual em torno da noção de interface e superfície atravessa inúmeras instâncias institucionais e mercadológicas e mostra que não se conseguiu incorporar ainda a lição dada por Magritte em sua famosa série de quadros de cachimbos, produzidos entre 1928 e 1956.
Um dos traços mais desconcertantes desses quadros é sua incrível simplicidade 'Ceci n'est pas un pipe' (Isto não é um cachimbo): isto é uma representação de um cachimbo, anuncia-se em todos.
As imagens traem, pontificia-se no título que transforma a série em conjunto e anima a fricção e a pulsação das distâncias entre representação e ausência, palavra e figura, pintura e escritura, palavras e coisas.
Trata-se da história de um caligrama desfeito, escreveu Foucault, uma tautologia às avessas em que a distância entre o texto e a imagem era intencionalmente imposta em um jogo de negações, que confrontava a redundância do mero transporte de sentidos, pondo em evidência a fragilidade do olhar do voyeur_superficial_em relação ao do leitor_pluridimensional". (Beiguelman, G. O livro depois do livro, p. 19).
LM
12 de abr. de 2008
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