Quando esta jornalista foi convidada para twittar o evento Estamos preparados para o público 2.0, realizado na quarta-feira, 14, no Tuca, não pensou que o micro-blog não suportaria mais que 119 postagens. No calor da discussão sobre uso de redes sociais x economia, aparece a seguinte mensagem: Uau, você ultrapassou o número de notas permitidas em um dia! Por favor, tente daqui a uma hora.
Daqui a uma hora? Como? O evento não vai esperar o Twitter liberar o acesso! A solução foi usar um perfil alternativo e transferir o final da cobertura para lá. Isso leva à seguinte conclusão: o Twitter não foi feito para fazer jornalismo nem tampouco coberturas ao vivo. Por diversas razões, destaco as que incomodaram mais:
1) não é possível editar posts. Ou seja, se você errou vai ficar errado, a não ser que apague a mensagem e a publique novamente.
2) há o limite de notas postadas em um dia (no meu caso, foram 119).
3) o total de caracteres permitido (140) não dá um lead.
4) a organização da cobertura vira uma bagunça porque no meio da lista surgem posts de pessoas ligadas ao seu perfil com assuntos desconectados, e isso trunca a informação.
Isso significa que não dá para cobrir jogos de futebol, carnaval ou desastres como se deve. O template simplesmente não suporta. Esse formato nos remete ao tempo real do início da web = texto + links. Pois é apenas o que se pode fazer no Twitter.
Talvez a resposta esteja na pergunta que Abel Reis, presidente da Agência Click, lançou à mesa: "O Twitter é uma forma de impulso confessional?" Ou seja, a função do micro-blog é a de reproduzir o cotidiano das pessoas? No limite, pode ter um propósito de auto-promoção (individual e empresarial), mas como espaço para jornalismo tem implicado consequências desastrosas.
Uma outra solução proposta por Geert Lovink é repensar o conceito de notícia. "O que é notícia para as redes sociais?". Lovink, um dos co-fundadores da lista de discussão Nettime e do festival de mídia tática Next Five Minutes (o primeiro do gênero no mundo), aposta em uma rede social organizada não pautada por modismos.
Daqui a uma hora? Como? O evento não vai esperar o Twitter liberar o acesso! A solução foi usar um perfil alternativo e transferir o final da cobertura para lá. Isso leva à seguinte conclusão: o Twitter não foi feito para fazer jornalismo nem tampouco coberturas ao vivo. Por diversas razões, destaco as que incomodaram mais:
1) não é possível editar posts. Ou seja, se você errou vai ficar errado, a não ser que apague a mensagem e a publique novamente.
2) há o limite de notas postadas em um dia (no meu caso, foram 119).
3) o total de caracteres permitido (140) não dá um lead.
4) a organização da cobertura vira uma bagunça porque no meio da lista surgem posts de pessoas ligadas ao seu perfil com assuntos desconectados, e isso trunca a informação.
Isso significa que não dá para cobrir jogos de futebol, carnaval ou desastres como se deve. O template simplesmente não suporta. Esse formato nos remete ao tempo real do início da web = texto + links. Pois é apenas o que se pode fazer no Twitter.
Talvez a resposta esteja na pergunta que Abel Reis, presidente da Agência Click, lançou à mesa: "O Twitter é uma forma de impulso confessional?" Ou seja, a função do micro-blog é a de reproduzir o cotidiano das pessoas? No limite, pode ter um propósito de auto-promoção (individual e empresarial), mas como espaço para jornalismo tem implicado consequências desastrosas.
Uma outra solução proposta por Geert Lovink é repensar o conceito de notícia. "O que é notícia para as redes sociais?". Lovink, um dos co-fundadores da lista de discussão Nettime e do festival de mídia tática Next Five Minutes (o primeiro do gênero no mundo), aposta em uma rede social organizada não pautada por modismos.
Para ele, Twitter, Facebook e MySpace são espaços onde as pessoas passam algum tempo e depois mudam-se para outro lugar. "As redes da moda serão substituídas por redes organizadas, menos vagas e mais focadas no que elas querem."
Mas essa é uma longa discussão que fica como lição de casa para os jornalistas que não deixamos passar nenhum hype da cultura de rede. Embarcamos em todos. Mesmo que seja para chegar a lugar algum.
A pensar,
LM
Mas essa é uma longa discussão que fica como lição de casa para os jornalistas que não deixamos passar nenhum hype da cultura de rede. Embarcamos em todos. Mesmo que seja para chegar a lugar algum.
A pensar,
LM
5 comentários:
Realmente, o Twitter não serve para cobertura ao vivo de eventos. Até porque o propósito do Twitter é empacotar a informação em doses mínimas.
Sinceramente, concordo com o limite de 119 posts por dia. Melhor se fossem só 19. Nada mais incômodo que "serial posters". No caso da sua cobertura, melhor seria ter usado um blog.
Dicas:
Para Cobertura com live video
http://qik.com/
Liveblog
http://www.coveritlive.com
()S
Acho 119 items até excessivo. Sinceramente: como usuária fiquei muito aborrecida com a tela inteira coberta com notícias de um assunto que até me interessa, mas não aos pedacinhos (nada pessoal, Luciana!). O Twitter é, a meu ver, lugar para links e resumos dos acontecimentos: "Chove em Copacabana", "Engarrafamento na Av. Brasil", "Terremoto!", "Incêndio!", por aí. Beijos!
É isso, Cora. Tens toda a razão. É irritante ver sua tela atolada de notinhas. Quanto ao Twitter ser um lugar para links e resumos dos acontecimentos, me parece uma ótima pegada.
Beijos,
LM
Bem interessante as observações.
Parabéns!
Uma dúvida Dra:
O que significa dizer
"3) o total de caracteres permitido (140) não dá um lead."
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