26 de jun. de 2009

"Pelo amor de Deus, conta uma novidade" 2

De novo: "todo mundo já sabia"! Repito o título da coluna do Carlos Eduardo Lins da Silva na Folha de S.Paulo de 7 de junho passado para reiterar o incômodo das manchetes dos jornais de papel sobre a morte de Michael Jackson, anunciada à exaustão desde o fim da tarde de quinta, 25, na rede.

Twitteiros, apostamos que os títulos seriam algo como "Michael Jackson morre aos 50", e não deu outra.

Vale a pena dar uma olhadela no mapa interativo no Newseum, com as capas dos principais jornais do mundo, e compará-las às homes dos digitais. Dá um bom estudo sobre o papel do jornal em uma cultura cada vez mais pautada pela informação distribuída em redes sociais, a exemplo do Twitter, que chegou a ficar "over capacity", mas aponta para um novo processo de produção: a transmissão participativa.

A notícia saiu em primeira mão no site de celebridades TMZ. Foi replicada no Brasil (com devidos créditos, of course) por UOL, iG e Terra. Estadão e G1 recuaram. No exterior, CNN, NY Times, Washington Post e Guardian também optaram por não citar o TMZ. Somente após a informação ser confirmada pelo Los Angeles Times é que os jornalões foram atrás e cravaram em suas homepages a morte de Jackson.

Isso mostra duas implicações, pelo menos:

1) ainda há muita reticência sobre informação divulgada na internet, a credibilidade é um ponto nervoso.

2) o que sobra para os jornais de papel se o factual está no ar antes de as rotativas começarem a imprimir?

A pensar

LM

2 comentários:

Lauri disse...

sobra darem mais destaque aos artigos. A gente que pensa. E aí.... será que será preciso de diploma para escrever em jornais?

A Folha tem dado cada vez mais destaque para os artigos logo na capa. Será que é por aí?

Thássius V' disse...

Também sobra a análise, mas numa notícia de supetão como a do MJ fica complicado preparar textos para a edição do dia seguinte.