21 de out. de 2009

Interfaces móveis e corpo


Giselle Beilguelman, diretora artística do Instituto Sergio Motta


Mais destaques da cobertura feita pelo @premiosm do Colóquio Internacional Nomadismos Tecnológicos, realizado em Buenos Aires. A transmissão dos dois dias do evento está na rede. 


- público negocia sua privacidade; "ouvidoria" renegocia o social, que vaza para além do espaço expositivo
- diversas instâncias de negociação e autonomia; faz ver poderes e forças da informação hoje 
- o que chama a atenção em alguns trabalhos é a negociação com o usuário: vale a pena usar gratuitamente, mas abrir minha privacidade? 
- o que tem sido colocado em relação ao social nessas mídias? Há uma noção de realidade 
- que tipo de participação efetiva esses projetos vêm proporcionando? Os trabalhos endossam as mesmas realidades construídas
- que tipos de obras ainda surgirão nesses novos lugares (que não são mais fixos, permeados por informação)?
-  potencial de tecnologia, mas não há potencial distributivo
- práticas locativas nos apontam um mundo de possibilidades, mas podem ser decepcionantes 
- nomadismos não se referem apenas a deslocamento físicos, mas espaço de criação, condição disparadora para artistas
- deve-se evitar a demonização da tecnologia móvel; já é lugar comum
- fronteiras se tornaram mais rígidas com as tecnologias. Há mais desconfiança do que facilitação de fluxos 
- que tipo de nomadismo pode ser concebido em um contexto de cerceamento de liberdades civis?
- obras locativas têm dificuldade de visualizar elementos de apreciação desses trabalhos
- por que não há grandes artistas-locativas?
- perspectiva de aplicação social de tecnologias consumistas e fetichistas 
(Lucas Bambozzi)


- fotos panorâmicas trazem o não lugar, a rota de fuga pela mobilidade aérea 
- local x deslocalização
-  qual a experiência do andar e a visão aérea?
-  experiência não pode ser reconstruída, mas as informações sim, o que gera uma enorme ruptura na arte contemporânea
- deslocamento da intervenção da paisagem para um espaço expositivo fechado: não é possível recriar, mas também não cabe representar
- minimalismo: visão do "alto" é um problema, pois trata-se da presença física do observador na obra; se deslocar em torno da interveção, da obra, é fundamental; observador em movimento
- a contraposição entre uma visão de cima-baixo e de baixo-cima é um dilema que atravessa a arte contemporânea há algum tempo
-  mídias locativas: o ponto de vista aéreo dominante
(Nelson Brissac)


-  desafios relacionados às infraestruturas cada vez mais corporativas e vigilantes 
- mobile nation: cultura participartiva, criação em contexto multi-plataforma, computação persuasiva e educação mobile (http://bit.ly/3Nos8Q)
- intervenção GPS com narrativas históricas, culturais e sociais, com a contribuição da comunidade local 
- projetos com mídias móveis ativam comunidades urbanas
-  necessidade de percorrer ambientes físicos
- arte mobile no contexto da relação corpo-ambiente
(Martha Ladly)


- rediscutir as relações mutáveis do tempo
 - questões de mobilidade e imobilidade a partir de uma gama de tecnologia de representação, incluindo os celulares
- discutir as diferentes formas de construção do tempo, já q a herança modernista é de um tempo unidirecional
-  qual a relação entre mobilidade e imobilidade?
(David McIntosh)


 - contexto das redes distribuídas sugere: fragmentação, transitoriedade, formas de agenciamento coletivo e espacialização
-  já a obra "Suite 4 mobile tags", de Giselle Beiguelman e Maurício Fleury, constrói uma composição coletiva anônima
- lógica da obsolescência, apontada no trabalho "mobile crash" de Lucas Bambozzi, na mostra Geografías Celulares http://bit.ly/3dg1BJ 
- nesse contexto observa-se: desenvolvimento de interfaces e uso inesperado de aparelhos cotidianos
- redes de celulares são ao mesmo tempo: informação em fluxo e fluxo de informação
- sistemas como MySpace e YouTube trazem uma cultura mais de upload que download 
- ambiente de rede passa a ser visto com entusiasmo, mas o episódio do Napster gera um movimento por sistemas mais fechados
- essas possibilidades geram um entusiasmo com sistemas distribuídos, e criam a cultura do copyleft, da distribuição gratuita
- há similaridade com o modelo da internet; que geram "camadas" e novas formas de articulação da informação 
 - telefonia celular ocorre por meio bases fixas, que permitem a transmissão em movimento: funcionamento em cadeia 
-  geografias celulares: portabilidade/mobilidade podem ser substituídos por outros termos? 
(Marcus Bastos)


- corpo dota o dispositivo de movimento
- cria-se uma "cartografia da dor": dispositivos móveis ligados ao corpo, que reagem a sinais wifi, causando dor ao artista
-  sujeito > mobilidade do sujeito > dispositivos móveis > rede: a mobilidade instaura novas dimensões territoriais
- "território" se apresenta como um categoria em ebulição, um cenário móvel e incerto
- proliferação das interfaces móveis propõe novas relações do corpo e território 
(Mariela Yeregui)

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