12 de jan. de 2009

O papel do jornalista

Há quem diga que o jornalista verá suas funções desaparecem por causa da suposição de que as notícias não serão mais impressas em rotativas e pelo fator econômico. Tal afirmação ignora as discusssões atuais sobre o capitalismo cognitivo e trabalho imaterial. O que está em jogo é entender qual é a função de cada suporte em um espaço dominado por tecnologia de ponta, pautado pela justaposição entre virtual e real.

Com as novas possibilidades, um único dispositivo reunirá conteúdo de rádio, tevê, papel, internet e mídias móveis. Não se sabe por qual nome será chamado. Mas há uma certeza, a distribuição e produção multiplataformas: o celular enviará foto para a tevê, no rádio digital do carro tocam músicas baixadas pela internet; também pela rede, envia-e informação empacotada de todo tipo a qualquer dispositivo.

Isso prova que jornalistas serão necessários quando o assunto for conteúdo. Não importa em qual dispositivo. Claro que a existência do jornalista não suprime a colaboração do leitor na produção informativa. Mas a profissão exige técnica que só a formação de Jornalismo pode cumprir - com ou sem diploma.

Jeff Jarvis, no Buzz Machine, não acredita no fim da profissão, mas na ampliação do campo. "I don’t think they’ll be gone. Typesetters are gone. Darkroom technicians are gone. But now journalism can grow. More people can do it now. No factory needed", escreve no post Who suffers first in the death of the press.

O professor e diretor do programa de jornalismo interativo da Graduate School of Journalism arrisca uma previsão:

"(...) I believe, as I said here, that many slices will make up a new pie: more focused news companies contributing journalism and curation and other value; successful specialist bloggers growing large businesses (Gawker Media, TechCrunch, Silicon Alley Insider); smaller bloggers that are big enough to make them worthwhile to make (BaristaNet); volunteer bloggers and contributors who add to the pie because they care and share; public-supported journalistic activity (Spot.us, ProPublica); crowd-created efforts, and on and on. Note, though, the verb that started that long sentence: 'believe.' I don’t know yet. None of us does until we try and learn and share best practices. (That [plug] is why we’ve started the New Business Models for News Project at CUNY and that will be its work.)

But I am confident that journalism as an activity will not disappear, that there will be a market demand for it, that there are many new ways to fulfill the task (and debate about how it is done). But - bottom line - journalism and journalists will not disappear unless they insist on defining themselves as an industry that operates in just one way, still making things (no longer bigger than beer). The key to survival is reinventing what we do. "

A pensar,

LM

Um comentário:

Anônimo disse...

Luciana,

Também creio na oferta de novos postos de trabalho graças aos conteúdos para dispositivos móveis (que, ao contrário do que imaginaram alguns, não são autoadaptaveis).

Além disso, o overload informativo deixa transparecer, no horizonte, um papel cada vez mais fundamental do jornalista na filtragem e edição do noticiário.

abs
ALEC
http://webmanario.wordpress.com