14 de mar. de 2010

estadao.com.br de cara nova


Já está na rede a nova versão do estadao.com.br, assinada pela Case i Associats, do jornalista brasileiro Chiquinho Amaral. Totalmente influenciado por traços europeus, a versão digital do jornalão do Grupo Estado entra no ar com um tiro certeiro, duas palavras-chave que nortearam a edição daqui para frente: importante e interessante

Mais do que organizar melhor o conteúdo, diagramado em colunas, privilegiando o hard news, o diferencial da reforma é proposta de construção da primeira página, algo ainda pouco pensado em desenhos de interface, que geralmente transformam portais e sites jornalísticos em uma miscelânia e sem possibilidade de auto-organização.

Em relação ao papel, cuja idéia de análise, aprofundamento e exclusividade voltam à discussão a cada reforma gráfica e editorial de jornais com versões impressa e digital, como é o caso de O Estado de S.Paulo, sabe-se que não é mais novidade esse tipo de abordagem. 

Na reforma da Folha de S.Paulo de 2006, coordenada pelo designer Mario García, falava-se em aposta em conteúdo exclusivo, conforme explicara, na ocasião, Otávio Frias Filho, em entrevista ao Jornalistas & Cia: 

"Estamos também interessados em valorizar o espaço de interpretação, de opinião e de análise. Há um certo consenso de que o jornalismo de qualidade deve cada vez mais reforçar esses aspectos, buscando o aprofundamento da notícia, o contexto interpretativo. E em relação à notícia, ao hard news, que continua e continuará sendo a espinha dorsal do jornal, pretendemos encontrar formatos gráficos que permitam explorar cada vez mais histórias próprias, exclusivas, deixando num plano mais secundário as notícias mais comuns, compartilhada por todos os veículos e que também já saíram na televisão e na internet." 
                                                      
Também não é nova a idéia de convergência de mídias e de pessoas em torno de um produto apenas. Dezenas de jornais mundo afora apostaram nessa mistura que, na maioria das vezes, não passa de mídias distribuídas em telas que se assemelham a um power point, organizado com foto, vídeo, áudio, slide show e texto, entre outros (BEIGUELMAN: 2009; MANOVICH: 2008, p. 41).

Portanto, ainda continua o desafio (a todos os jornais) de oferecer notícia de qualidade, com credibilidade, do tamanho da curiosidade dos leitores de papel e web. 

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