11 de fev. de 2009

BBC Brasil repaginado

BBC tem nova roupagem e velhas propostas de edição. Explico:

Escreveu Flusser em O Mundo Codificado (2007, p. 129):

"(...) O fato de a humanidade ser programada por superfícies (imagens) pode ser considerado , no entanto, não como uma novidade revolucionária. Pelo contrário: parece tratar-se de uma volta ao estado normal. Antes da invenção da escrita, as imagens eram meios decisivos de comunicação. Como os códigos em geral são efêmeros (como, por exemplo, a língua falada, os gestos, os cantos), somos levados a decifrar sobretudo o significado das imagens, nas quais o homem, de Lacaux às plaquetas nesopotâmicas, inscrevia suas ações e seus infortúnios. E, mesmo depois da invenção da escrita, os códigos de superfície, como afrescos e mosaicos, tapetes e vitrais de igrejas, continuavam desempenhando um papel importante. Somente após a invenção da imprensa é que o alfabeto começou efetivamente a se impor. Por isso, a Idade Média (e inclusive a Renascença) nos parece tão colorida se comparada à Idade Moderna. Nesse sentido, nossa situação pode ser interpretada como um retorno à Idade Média, ou seja, como uma volta avant la lettre."

meu comentário: Se as imagens representam um modo de ver e se comunicar com o mundo na pré-história e o alfabeto e o surgimento da imprensa significam o pós-histórico, o que dá para dizer sobre a redundância que explica ícones? É verdade que as pessoas e a sociedade são programadas por códigos, mas o que está em jogo é saber que programação é essa que faz algumas edições na rede, como essa do novo design da BBC, apontar o dedo indicador aos usuários. Porque só nessa chamada há imperativo e excesso de repetição para explicar que trata-se de um vídeo.

A pensar,

LM

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