"Mais uma vez, pergunto: é difícil? Não creio. Basta ler, reler, ler -e com muita atenção. Do contrário... É isso". Assim termina a coluna do professor Pasquale Cipro Neto na Folha de S.Paulo. O texto faz uma análise crítica da incapacidade de manchetar. Um trecho (imperdível) dá conta de aplicar o mesmo critério à edição nas capas dos portais e jornais digitais.
"Veja este título, posto na primeira página de um site, na semanapassada: "Selton Mello responde ao manifesto contra a nudez de PedroCardoso". Eu estava fora da pátria amada, acompanhando a distância oque se sucedia por aqui. Não sabia que Cardoso se manifestara contra a nudez gratuita no cinema e no teatro. Minha primeira reação foi supor que Cardoso ficara nu e que issocausara escândalos, revoltas, manifestos etc., e que, solidário, Selton Mello saíra em defesa de Cardoso. Resolvi deixar o título de lado e ler a notícia toda. Nada de Cardoso nu, nada de manifesto contra a nudez dele, nada de apoio de Selton a Cardoso. O problema estava no (horroroso) título que eu lera, cujas peças estavam fora de lugar. O que se queria informar exigia que aspalavras fossem dispostas nesta ordem: 'Selton Mello responde aomanifesto de Pedro Cardoso contra a nudez'.
Pela enésima vez, caro leitor, lembro que as palavras devem ser dispostas nas frases com critério, com nexo. Muitas vezes, a ordem dos fatores altera -e muito!- o produto. A parte dos estudos lingüísticosque se ocupa das relações entre as palavras e as orações é a regência. Basta que duas palavras se relacionem para que se estabeleça um mecanismo de regência. "
Íntegra (acesso a assinantes)
A pensar,
LM
26 de out. de 2008
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